Vaga de calor???!!!
No primeiro ano em que vivi nesta casa, estava eu um dia sentada no quintal quando, sem aviso prévio, comecei a notar uma mancha preta, súbita e ondulante que se ia formando no chão. Aproximei-me curiosa. Surpreendida, vi que eram apenas formigas. Pretas. Enormes. O que mais me surpreendeu foi que algumas tinham asas. E voavam, garanto! O montículo foi aumentando e, em poucos instantes, tinha à minha frente um batalhão desses pequenos animaizinhos espalhados no quintal. Dumdum para cima, claro! Falei do caso a um dos meus vizinhos, senhor já de certa idade, que me respondeu calmamente: "Ah! Também as tenho. Veja!". O fenómeno era, de facto, comum. O senhor Manuel explicou-me, com aquela sabedoria que a idade vai dando, que era da vaga de calor. De facto, o dia tinha amanhecido anormalmente quente. Passei a notar, todos os anos, que o fenómeno não deixava de acontecer, ou a antecipar uma vaga de calor, ou no rebentar da mesma.
Pois bem! As coisas mudaram. Ontem, as formigas resolveram sair da toca. A uma ordem, nem sei de quem, desataram a povoar o meu jardim. Quando dei por ela era tarde demais. Andavam por todo o lado. É claro que bombeei o formigueiro. As que lá havia ainda, não chegaram a ver a luz do dia! E, como era o segundo dia de Verão, lá pensei que, na sua missão de vida, as formiguinhas me vinham anunciar a vinda do calor. Acreditei, vesti-me para a ocasião. Foi sol de pouca dura. Literalmente falando. O mau humor do tempo obrigou-me a mudar de roupa. Não é ainda hoje, pelos vistos, que vai mudar. Resta a questão: se as formigas sempre acertaram nas suas previsões meteorológicas, o que terá mudado este ano? Será que se fartaram de esperar pelo calor e resolveram sair para acasalar? Será que vem mesmo aí a tal vaga de calor? Só o tempo o dirá, mas lá que as coisas mudaram, lá isso foi, de certeza!
4 Comments:
Realmente, este tempo está uma boa m..., altamente deprimente! Já não aguento tanto cinzento, que também se anda a debruçar sobre mim. Esta semana sinto que a minha paciência está a chegar ao limite, ao fundo do poço, principalmente na parte de "atura chefe"!
E o pior é que ainda vai piorar! Segunda e Terça a net prevê chuviscos!
Só de pensar que ali ao lado em Canarias o sol brilha já em pleno verão!
E já que sei que gostas de Português, permite-me uma correcção ortográfica de que os jornais pecam muito nos dias de hoje: na frase "Quando dei por ela era tarde de mais", deve escrever-se DEMAIS (uma palavra apenas, que é uma palavra composta de+mais). Ver extracto abaixo:
demais
adv., além disso;
demasiado;
pron. indef., outro, outra, outros, outras;
ant., os outros.
loc. adv., por -: baldadamente, em vão.
Minha querida, tens toda a razão. Imperdoável esse erro, principalmente em mim. Quanto mais se escreve...
Minha querida, tens toda a razão. Imperdoável esse erro, principalmente em mim. Quanto mais se escreve...
regador, o que vai piorar, pelos vistos, é o tempo. Só que parece haver uma relação directa entre o tempo e o chefe da ima: piora um, o outro fica mais difícil de aturar. É do "capacete"! Quanto a Canárias, esse é pelo menos o slogan: há sol todo o ano. Nunca lá fui. Não posso confirmar.
Respondendo aqui aos teus comentários, deixa que te diga que estou a ficar preocupada com os perigos que me rodeiam na quinta. Não sabia que tinha tanta coisa perigosa. Essa da sevadilha!!! A propósito de erros, é com s que se escreve? Pensei que fosse cevadilha. Quanto ao demasiado, não só serve, como é exactamente isso que "demais" (que já emendei) significa.
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