29 junho 2006

Mais vivo na morte

É na sombra da memória que habitas,
ou no banco de jardim onde te via...
Na semente das palavras que florescem,
ou no gesto vago que calaste
e que só agora adivinho.
Que mais vivo, mais humano, mais real,
te encontro, pai, na morte, a cada passo.
E o tempo vai traçando o seu percurso
no famigerado encontro que a vida nos negou
e que a morte propicia.

Fevereiro/91