25 janeiro 2007

A outra parte da verdade

Ora bem! Hoje vamos lá tirar essa ideia da super-mulher! Como podem bem ver pelas imagens, bastou uma semana sem vir para o lado leste do jardim para que esta parte ficasse cheia de lixo.
São folhas, anonas que caem de maduras, a flor da nespereira que se vai espalhando pelo chão, junto às cadeiras vermelhas e que o vento se encarrega de multiplicar por todo o lado e mais algumas ervas daninhas que só estão à espera de que eu me distraia um pouco para aparecerem sabe-se lá de onde.
É claro que fico com o coração partido quando vejo estas cenas, mas a verdade é que tenho de optar. Ou bem que venho para este lado, ou para o lado do portão. Ou bem que arranjo os canteiros do portão, ou o da frente da casa. É esta a realidade e não me mato a pensar no que está para fazer. Quando puder, lá chegarei!
Garanto-vos! É raro conseguir ter tudo pronto e limpinho ao mesmo tempo.
A ideia com que têm ficado de que consigo fazer tudo, resulta, pura e simplesmente, do facto de vos mostrar parcelas do jardim. Normalmente, as que acabei de arranjar e cujas novidades quero mostrar.
Só conseguiria ter o jardim sempre arranjado se tivesse um jardineiro, ou se estivesse sempre em casa, mas a semana em que trabalho obriga-me sempre a abrandar o ritmo da limpeza do jardim.
É verdade que algum do abandono a que o jardim esteve votado nos últimos meses se deveu a um certo desconsolo que me invadiu a partir de Setembro, quando o Paulo ficou desempregado e quando, pouco tempo depois, veio o vento e destruíu as tendas todas. Custou-me ver tanto trabalho ir para o charco de um momento para o outro e isso fez com que, até há pouco tempo, tivesse abrandado os trabalhos.
Posso parecer sempre feliz, mas a verdade é que a casa reflecte sempre o meu estado de espírito, que não tem sido dos melhores.
O Paulo já tem emprego e o meu ritmo recomeça a ganhar forma.
O jardim já estaria mais arranjadinho se não tivesse, agora, o trabalho acrescido com os cachorrinhos. É uma hora a menos que tenho, de manhã, para tratar do jardim, pois não basta apenas dar-lhes de comer. Há que lavar a loja toda, onde ficam durante a noite e ir vigiando o Sad, que parece parvo com os cachorrinhos. Fica assustado quando algum deles se aproxima para brincar com ele. Foge, mas também lhes ladra com ar agressivo. Logo, sempre que oiço os cachorrinhos a ganir, lá tenho de deixar o que estou a fazer para os proteger.
Ontem arranjei uma solução: coloquei barreiras para que os cachorrinhos não viessem para o lado onde estava o Sad.
É nestas andanças que vou fazendo a vida da quinta.
Mas já vos mostro mais um dos aspectos escondidos de toda esta beleza! Sim, que nem tudo são rosas! Ora vejam lá a "dura (nem sempre) realidade" e já percebem.