30 novembro 2006

hortaliça



Hoje levam com couves e espinafres, que é para aprenderem a dar mais atenção às minhas flores!!!
Sim, seus malandros, que isto de não ligar nada à minha rosinha velha é muito feio.
Para além disso, não vamos desprezar as hortaliças. Bons caldos verdes, milho (um petisco cá da terra) e até acompanhamento para uma boa feijoada à brasileira têm saído daqui do meu quintal, com estas couvinhas tão boas.
E os espinafres!?! Esparregadinho! Sopinha! HUUUMMM! Já me sinto inspirada para ir fazer o almoço!

16 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Couves, que bom. As saudades de um milhinho com couve picadinha.Parabéns pelo blog Anete.

Beijinhos RV

30/11/06 11:22  
Blogger Ana Ramon said...

Ah, mas estes são os espinafres da Nova Zelândia e segundo a informação do meu amigo Filipe do blog http://umamadordanatureza.blogspot.com/ ;serão da espécie Tetragonia expansa. Os verdadeiros espinafres não saõ estes mas sim os da espécie spinacia oleracea. São mais saborosos, quanto a mim. Depois deste esclarecimento, dou-te os parabéns pelas belas couves que tens aí. Eu só tenho talos, graças ao cuidado que as borboletas tiveram em encher tudo de ovinhos amarelos e que eu descuidamente não andei a catar. Assim se paga a preguicite!

30/11/06 14:11  
Blogger anete joaquim said...

Puxa, Ana! Já me tiraste o apetite dos espinafres. Agora sou lá capaz de comer "tetragónia expansa"!!!!!
Pois olha, quando estava aí no continente, bem que me fartei de comer "spinacea oleracea" e, garanto-te, têm o mesmo sabor do que os meus. As folhas são é mais largas e vêm directamente do talo principal. Estes são mais chatos de arranjar. As folhas são pequenas e os talos não se aproveitam, mas dá bom esparregado e sopinha! Portanto, nada de ofender os meus "tetragónia expansa"!!!!!
E quanto às couvinhas, bem que me lembrei de ti muitas vezes. Vi, por lá, uma série de borboletas LINDAS, a quem não fiz mal nenhum. Pois foi Deus que te castigou por andares a catar as lagartas todas. As minhas couves foram tratadas por Deus, que lhes deu chuvinha. Nem precisei tratá-las. Pareciam que já andavam pela hora da morte e até apanhei um susto quando cheguei ao miradouro, há dias, e as vi tão altas e fortes. DEUS! É o meu jardineiro! O meu horteleiro, neste caso. Vê lá se fazes as pazes com as borboletas. Pode ser que Deus te dê belas couves como as minhas! Toma que é para aprenderes a não ser assassina de borboletas.
Onde é que já se viu ser assim tão má para uns bichinhos tão lindos!!!

30/11/06 15:47  
Blogger anete joaquim said...

Pois é, RV! A gente não liga quando o tem sempre à mão, mas quando nos falta dá muita saudade.
Durante anos, quando vivia no continente, nem sabia fazê-lo. Aprendi quando voltei e, agora, regalo-me com milhinho quente, acompanhado com um bom peixinho de cebolada; ou com milho frito... com qualquer coisa. Sabe sempre tão bem!
Consegui matar-te as saudades? Não? Ficou pior? Oh, diabo! O que fui fazer!!!!
LOL
Beijinhos

30/11/06 15:51  
Blogger Ana Ramon said...

Conta lá essa do milho para eu aprender. Uma vez fiz peixe espada preto em filete acompnhado de batata cozida, banana frita e uns quadradinhos com sémola de milho que depois de irem ao forno é que se cortam. Era um prato que pretendia ser madeirense, mas já não sei fazer os quadradinhos de milho

30/11/06 19:18  
Blogger anete joaquim said...

Os quadradinhos de farinha de milho não são para irem ao forno!

Cá vai a receita:
-Meio quilo de farinha de milho (cuidado, não é de trigo).
-dois litros e meio de água
-couve bem picadinha(destas que eu tenho ou outras parecidas. Lombarda não serve)
- 1 dente de alho
- azeite
- banha (uma colher de sopa)
- manteiga idem (há quem não deite, mas fica mais saboroso)

Faço o milho assim:
Coloco dois litros de água ao lume, com a couve picadinha, o alho, azeite, manteiga e banha.
Logo a seguir, numa tigela grande, deito a farinha de milho e vou envolvendo com o meio litro de água que resta. Misturo tudo bem para não ficarem grumos. Deito esta mistura para dentro da panela e começo logo a mexer com uma colher de pau. Tem de se mexer sempre bem para não engrumar. Logo que comece a ferver (é preciso tomar cuidado: parece um vulcão a atirar milho quente para cima de nós)tapa-se a panela, baixa-se o lume para o mínimo e, de vez em quando, vai-se lá mexer aquela papa, para cozer tudo por igual. Sempre com cuidado para não levar com espirros do milho em cima.
Ao fim de meia-hora deve estar cozido.
Deita-se para pratos (pode ser de sobremesa) e o resto para travessas mais fundas.
Os pratinhos podes comer daí a uns 10 minutos. O milho solidifica, mas ainda deve estar quentinho. Acompanhas com peixe de cebolada. O milho num prato, o peixe noutro. Comes com colher e garfo. A colher é para apanhar o milho, molhar no molho e trazer o peixinho (entretanto já sem espinhas, claro).
O milho que ficou nas travessas estará frio uma hora depois. Podes guardar no frigorífico durante dois dias, mas põe um guardanapo de papel por cima para não criar bolor.
Serve para fazer os tais quadradinhos de que falas. Cortas em cubinhos e fritas. A melhor maneira é na fritadeira das batatas. Colocas os quadradinhos lá e só mexes quando estiverem bem douradinhos de todos os lados. Podes tirar e servir com carne ou peixe. Adoro comê-los só com ovos fritos.

Esse milho frio serve também para acompanhar ervilhas ou favas guisadas, guisado de carne (que vocês chamam jardineira). É só cortar em cubos grandes, deitar para dentro do prato e ir comendo juntamente com o molhinho do prato principal.
Bom apetite!

30/11/06 20:33  
Blogger anete joaquim said...

FALTA O SAL! Milho sem sal é uma porcaria!
LOL

30/11/06 20:34  
Blogger anete joaquim said...

O sal é deitado na água inicial. Se temperarem com pimenta também fica uma delícia!

30/11/06 20:35  
Blogger Ana Ramon said...

Parece-me bem.... sim acho que no fim fritei os quadradinhos do milho. Vou ver se encontro a receita para ver se é a mesma coisa. Aqui os acompanhamentos tornam-se aborrecidos só arroz, batatas e massa para acompanhar o peixe ou a carne. Por isso faço muitas vezes maçãs cozidas para variar, ou a couve roxa cortada como se fosse caldo verde que se junta a maçã.. se quiseres dou-te depois a receita. Temos que fazer um blog só para isto :)

30/11/06 22:03  
Blogger anete joaquim said...

Há outra coisa que fazemos aqui e que vocês só dão aos animais: maçaroca. (fruto do milho)
Podemos grelhá-la na brasa e deitar, depois, manteiga em cima (uma delícia). Põe-se na mão, como se se estivesse tocando "gaita" na maçaroça, para lhe tirar os bagos com a boca.
Pode-se cozer em água bem temperadinha de manteiga e sal e serve de acompanhamento a carnes. Bem bom.

E faz-se a célebre sopa de maçaroca, que é uma sopa camponesa, com abóbora, batata, feijão, cenoura e o que quiseres pôr e que leva a maçaroça (descascada, claro) a cozer com todos os ingredientes. Acrescenta-se massa daquela tipo esparguete grosso. O sabor da maçaroça espalha-se pela sopa. É uma delícia.

1/12/06 11:06  
Blogger Ana Ramon said...

Tava a ver que não encontrava a sopa em lado nenhum.. afinal estava aqui meia escondida. Maçaroça descascada? O que é isso? É sem as folhas verdes que a envolvem? Ah, mas isso já se sabia. Aqui no interior cozem-se ou assam-se as maçarocas. Só que a maioria das pessoas semeia o milho para o gado e por isso só fazem esses pratos por piada. O ano passado quando me lembrei de ir apanhar as maçarocas ainda com o milho leitoso, já tinha passado esta fase e já não se podiam comer. Mas não explicaste o final.. faz-se a sopa, sim senhora e depois como é que a serves? Tiras a maçaroca com a concha só para o prato dum felizardo? Parte-la? Ou fica esquecida no fundo da panela só para dar o gosto? Tens que explicar tudo bem explicadinho..
Uma vez tinha cá netos e sobrinhos-netos (sim que eu sou quase pré-histórica) e resolvi fazer a famosa sopa da pedra. Servi os pratos a todos e depois ia morrendo a rir quando vi a cara deles muito espantados a olharem para uma pedra verdadeira em cada prato. Fazes o mesmo com as maçarocas??
Ah, aqui a erva que aparece mais e que é belíssima para fazer sopa, é a beldroega (portulaca qualquer coisa - já que há uma porradaria de portulacas). Apanhei uma foto neste site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Portulaca
Beijinho

1/12/06 22:40  
Blogger anete joaquim said...

Bem! Se só puseres uma maçaroca, pões num prato à parte e cada um vai tirando um baguinho com as mãos!
AHAHAHAHAHAh!
Estou a gozar! À brava, diga-se de passagem!hehehe!

Então, menina! Ponha uma maçaroca para cada um, ou, se não houver, divides uma maçaroca para cada dois. Isto é, pegas na maçaroca crua, antes de a pôres na panela. Agarras com as duas mãozinhas e clic, partes ao meio. Também pode ser com uma faca, mas é mais difícil.

Processo matemático para ver se está certinho:
A sopa tem de ter uma maçaroca por pessoa, ou metade para cada uma.
Isto é, neste último caso, se forem dez pessoas, pões cinco maçarocas.
Se forem gulosos, podes pôr duas maçarocas por pessoa. Aí, terás de ter 20 maçarocas!!!

Importante: o interior da maçaroca, o "caroço", NÃO É PARA COMER!!!!!

Quanto ao modo de servir. AI!!!!...

Pegas numa concha, deitas a sopinha nos pratos. Das duas, uma. Ou colocas a maçaroca que cabe a cada um no respectivo prato (e eles que esperem até a sopa arrefecer para poderem pegar na maçaroca com a mão, porque é assim que se come) ou colocas todas as maçaroças num prato à parte e cada um vai tirando a maçaroca que lhe cabe. Neste último caso, é preciso ter atenção nos gulosos, não vão comer a maçaroca do vizinho!!!

NOTA MUITO IMPORTANTE: as mãos ficam todas lambuzadas com a sopa que ainda está agarrada à maçaroca. Convém pôres um guardanapinho de papel a mais para cada um limpar os dedos.

Mais alguma dúvida? Não preferes que eu vá aí fazer a sopa? ;D

2/12/06 11:14  
Blogger Ana Ramon said...

Chi... tou a imaginar a toalha, a carpete, tudo cheio de nódoas e de bagos de milho cozidos. Deixa.. faço um dia só para mim para experimentar.. Eu que até quando faço o arroz de marisco, junto só o miolinho que é para tudo o que se leva à boca, já não tornar a sair :)) e o arroz de coelho igual :)) Salvo algumas excepções como as sardinhas e o entrecosto assado e outros que agora não me estou a lembrar.. Mas como gostamos de milho cozido, parece-me que será uma sopa saborosa. Um dia destes ensino-te (se não souberes) a fazer fatias da China para servires no natal :))) Tenho um amiguinho porreiro para me ensinar receitas e truques na cozinha.

2/12/06 12:40  
Blogger anete joaquim said...

Fatias da china? Fatias paridas?
Aqui chamamos "douradas". Fatias molhadas em leite, passadas por ovo batido, fritas e salpicadas de açúcar com canela. É isso?
Sabes, no Natal madeirense não há essa tradição de fritos. Não há consoada. O almoço de Natal é que é a grande ocasião. Mentira! A missa do parto é que é! Depois, é ir a casa de amigos beber uns licores, (há uma grande tradição de licores aqui na Ilha), comer broas caseiras (não podem faltar as de mel!) e bolo de mel.
Aí, adorava as azevias, aqueles "rissóis" de grão!
Amanhã vou ver se te mando a receita de licor de vinho. É fácil de fazer e muito bom e como vocês aí até têm a garrafeira do ez!... ;D
bjs

2/12/06 20:15  
Blogger Ana Ramon said...

As fatias da China não é nada disso. Mais perto do Natal tenciono fazer um post com esta receita. Trata-se de um doce conventual. Entretanto envio-ta em 1ª. mão. É facílimo:
Bates 24 gemas com a máquina durante uns 20 minutos até ficarem espumosas. Untas um tacho, deitas as gemas, tapas e cozes em banho-maria, com lume forte o que levará perto de 1 hora. Cortas depois em fatias (com 1 dedo de espessura) e pôes numa tigela de ir à mesa. A seguir fazes uma calda com 1 kg de açúcar e 1 litro de água. Ferve sem deixar fazer ponto e depois cobres as fatias com esta calda. Há quem faça o contrário, deitando as fatias para dentro da calda para absorverem melhor. Servem-se frias. É bonito e delicioso. Para acompanhar e desenjoar, descascas laranjas que cortas aos quartos e depois às rodelas. Cortas tirinhas de casca (sem o branco) e deitas numa calda de açúcar, água e sumo de laranja. Ferve sem fazer ponto. Cobrem-se as laranjas com esta calda e acrescenta-se um golo de Licor Beirão.
Podes crer que farás boa figura!

2/12/06 22:48  
Blogger anete joaquim said...

A parte das laranjas, por acaso, até é uma sobremesa que faço. Fica giríssimo se deixares as cascas cozerem um pouco na calda mais caramelizada e, depois, deitares por cima das laranjas.
Quanto às fatias, já vi essa receita num livro de doces conventuais, mas não se chamavam "da China". Nunca experimentei. Um dia destes ainda faço!
Obrigada!

3/12/06 19:27  

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