26 junho 2006

transformação




Há muito que o passar do tempo ameaçava corroer o vime das cadeiras. A mesa, ali colocada só para lhes fazer companhia e ter algum aproveitamento, nem sonhava o risco que corria. Tinha o destino traçado: lixo com ela! Antes que desaparecesse por artes mágicas, meti mãos à obra. Serrei-lhe os pés e retirei a parte inferior, reduzindo-lhe a altura que a fazia destoar do conjunto das cadeiras. Lixei-a e dei-lhe vida. Assim como que a dizer, "vês com até sou bonitinha", pintei-a com uma cor que sabia que lhe ia agradar.
O esforço resultou. Hoje, temos ali um recanto onde apetece tomar o pequeno-almoço, feitos lordes, ou descansar numa amena cavaqueira. A sombrinha da nespereira e da yucca ajudam a criar o clima.
O recanto ainda não está totalmente como o sonho. Hei-de torná-lo mais aprazível. Aos poucos, lá chegarei.
O que é certo é que este conjunto expressa uma das minhas regras: nesta casa nada se perde. Tudo se cria. Tudo se transforma.