calçada madeirense
Umas para cá, outras para lá, todas em fileira, bem arrumadinhas! É assim a calçada madeirense à moda antiga. Feita pedra a pedra, naquela doce paciência com que o madeirense cavou túneis e fez levadas, criou poios e ganhou espaço à terra.
Feita com arte que vem do coração. Uma arte feita de tradição, passada de geração em geração.
É tudo isto que sinto e vejo quando lavo ou varro o quintal em frente à casa. Gosto de conservá-lo, fazer com que se perpetue por mais uns tempos. Enquanto aqui viver, assim será. Espero que um dia, se alguém comprar esta casa, não o estrague com cimento ou outro material mais moderno (mas não tão bonito).
É uma calçada difícil de varrer quando não se lhe percebe a alma. Tem de se levar a vassoura no correr da pedra. Divirto-me varrendo de enfiada cada um dos rectângulos de que é composta esta parte do quintal. Começo por uma ponta de uma das laterais e vou até ao fim. Depois, volto pela fiada do meio. Quando acabo essa, começo na seguinte e, então, apanho o lixo todo de uma vez. Com a mesma paciência com que foi feita, embora com menos trabalho do que então. Acabada essa parte, lavo-a da mesma forma, deixando que a água lhes desenhe o contorno.
Hoje, um raio de sol veio banhar-se na poça que ali ficou. Brilhou, transformando em diamante as pedras negras da calçada. Quase que numa alusão ao tesouro que encerram estas pedrinhas...
Feita com arte que vem do coração. Uma arte feita de tradição, passada de geração em geração.
É tudo isto que sinto e vejo quando lavo ou varro o quintal em frente à casa. Gosto de conservá-lo, fazer com que se perpetue por mais uns tempos. Enquanto aqui viver, assim será. Espero que um dia, se alguém comprar esta casa, não o estrague com cimento ou outro material mais moderno (mas não tão bonito).
É uma calçada difícil de varrer quando não se lhe percebe a alma. Tem de se levar a vassoura no correr da pedra. Divirto-me varrendo de enfiada cada um dos rectângulos de que é composta esta parte do quintal. Começo por uma ponta de uma das laterais e vou até ao fim. Depois, volto pela fiada do meio. Quando acabo essa, começo na seguinte e, então, apanho o lixo todo de uma vez. Com a mesma paciência com que foi feita, embora com menos trabalho do que então. Acabada essa parte, lavo-a da mesma forma, deixando que a água lhes desenhe o contorno.
Hoje, um raio de sol veio banhar-se na poça que ali ficou. Brilhou, transformando em diamante as pedras negras da calçada. Quase que numa alusão ao tesouro que encerram estas pedrinhas...
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