26 junho 2006

Arabela













Sofro de aracnofobia. Imaginar uma aranha a passear sobre o meu corpo apavora-me. Ando a fazer aracnoterapia, se é que existe! Há perto de um mês, quando regava, dei com esta, no meu jardim. Decidi deixá-la viver. Dei-lhe nome: Arabela. Todos os dias vou seguindo os seus hábitos. Daqui não parece querer sair. Basta-lhe a teia. Aqui se sustenta e goza os prazeres da vida. Deve tê-los bem gozado, pois a vizinhança da teia encheu-se de pequenos filhotes. Não terão a sorte de Arabela. Um dia destes...
Enquanto isso, vou observando o meu temor. Já não me parece tão assustadora. Apetece-me pegá-la nas minhas mãos. Senti-la. Ver se consigo eliminar estes medos. Ainda não foi desta! Aquelas listas amarelas parecem anunciar-me perigo. Será venenosa?
Sempre quero ver quanto tempo é que ela dura. Quanto tempo tem de vida. Até lá, pode ser que me cure!

1 Comments:

Blogger anete joaquim said...

Havia de me ter visto aos gritos e pulos quando, um dia, tendo ido apanhar folhas de couve para as galinhas de minha mãe, reparei que tinha uma aranha preta numa delas. O susto que minha irmã apanhou, com os meus gritos! Sem perceber porquê.
No dia em que vim ver esta casa, a então proprietária disse-me para ir vendo os quartos. Estava eu num deles quando, pelo canto do olho, senti qualquer coisa mover-se no tecto. Olhei. Eram três aranhas enormes, de patas e papo gordo. Maiores que a Arabela. Dei um grito e saí a correr do quarto. A senhora, aflita, veio ver o que me tinha acontecido e, quando lhe contei, respondeu placidamente: "Ah! Não fazem mal a ninguém!"
Pois não! Depois de ter comprado a casa dei-lhes caça. Não havia um dia em que não vasculhasse o quarto todo a ver se havia alguma. Até debaixo da cama! São aranhas de jardim, mas entram nas casas. Pus redes nas janelas. Nunca mais vi nenhuma. Ainda bem. Quanto à Arabela... Vou tentar. É para isso que a tenho lá. Não acredito é que fique quieta! A minha calma actual advém da observação e da racionalização. Percebi que não sai da teia. Sei que, se não me aproximar, não me apanhará. Tivesse eu a certeza de que isso poderia acontecer, a Arabela já seria Mortabela!

26/6/06 17:11  

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