A primeira vez
Apesar de ter nascido a 17 de Fevereiro, só na passada sexta-feira consegui ver e pegar pela primeira vez no meu netinho. A semana que passou na incubadora impediu-me de o ver, pois só os pais o podiam visitar. Depois veio o temporal do dia 20 e fiquei impedida de sair de casa até quinta-feira, pois a estrada ficou bloqueada pela enxurrada. Só no dia seguinte consegui ir vê-lo. E aqui está a memória desse dia. Pequenino, mas todo perfeitinho, graças a Deus.
E assim, um pedacinho de mim foi plantado neste mundo. O que mais me embeveceu nisto tudo foi ver o meu filho tão "babado" com o seu rebento. Sempre suspeitei que iria ser um bom pai, mas nunca imaginei que se empenhasse tanto nos cuidados com o bebé. Já lhe dá banho, muda fraldas e pega no Xavier como se fosse um pediatra experiente.
O amor e felicidade que sinto entre o casal são outras das coisas que me têm aquecido o coração nestes dias, que foram tão tristes para a Madeira e me deixaram numa ansiedade enorme. O que me alentou nos dias em que estive "presa" em casa foi pensar que se Deus me tinha dado algo que há muito desejava, não me deixaria morrer sem o ver primeiro. Logo que pude passar, fugi de casa e estive fora durante três dias. Só ontem à noite voltei a casa. Está tudo bem.
Hoje estou feliz, pois a Fé mostrou ter razão de ser e porque vejo o quanto já foi feito para restituir à cidade a sua beleza de outrora.
Pensar que o meu neto veio ao mundo neste momento em que todos se uniram, num gesto de solidariedade que nunca tinha visto, faz-me ter Fé no futuro.
Só tenho a agradecer.