30 junho 2006

Parabéns, LR!

Quero estar hoje contigo, nem que seja em pensamento. Para que nada te faltasse, organizei o evento. Pus a mesa no recanto, que fiz em tua homenagem. A mesa pronta para o chá, bem no meio da folhagem.
Melhor toalha não tinha!
Lindo bordado da Ilha.
Não esqueci a rosinha
e, ao fundo, a maravilha.
No cenário, nada agreste,
com a yucca sempre a ver,
pus a loicinha campestre
onde, um dia, hás-de beber.
.














P'ra completar a surpresa
não deixei de estar presente.
E até a malva na mesa
fala o que meu peito sente.

Tudo isto para dizer,
que o meu coração
está contigo.
Hoje e sempre, mana!
Parabéns!

29 junho 2006

Aqui sou feliz!


Este é um dos recantos feito para dar felicidade. Aos que me visitam, também! Sem mágoas! A vida já tem tanto que nos magoe! Ajudá-la, para quê? Contribuamos, antes, para que se torne mais bela! Linda!

Sagrada família



Don't worry!

BE HAPPY!

Prefiro ter as duas mãos vazias,
a ter uma cheia de nada!

Mais vivo na morte

É na sombra da memória que habitas,
ou no banco de jardim onde te via...
Na semente das palavras que florescem,
ou no gesto vago que calaste
e que só agora adivinho.
Que mais vivo, mais humano, mais real,
te encontro, pai, na morte, a cada passo.
E o tempo vai traçando o seu percurso
no famigerado encontro que a vida nos negou
e que a morte propicia.

Fevereiro/91

Ao 30 de Junho


Mando-te uns antúrios. Compra o champanhe! Bebe um gole por mim. Faço-te um brinde. Um beijo e um abraço, acho que chega. A festa da amizade estará perfeita.
Se preferires, no entanto, usa o perfume. É delicado e puro, tal como a flor. Parece nem existir. É ilusão! Verás que permanece em teu redor.
Se nada disto chegar, guarda a esperança. Pintei-a de cor viva em suas folhas. Rega-a todos os dias para que colhas, intacta, a prenda que te mando.
Uma coisa garanto: estarei presente! Que o pensamento é força que ultrapassa o tempo e a distância, o mar e o céu.

28 junho 2006



Mentirinha

tem

perna curta!

Papinha!


Caldo verde! Milho!
As minhas couvinhas
também dão jeito!
Nem só de flor
vive o meu jardim.

Mana, toma mar!

Antes que entres na neura do dia 30, mando-te o mar. Quando te sentires presa pela visão dos prédios que te rodeiam, espraia o olhar neste azul. É ele que nos separa mas, se fores à Costa ou a outra qualquer praia, verás que te leva saudades minhas. O som que ouvirás não será a reprodução fiel da mensagem que te envio. Aqui, o mar marulha num ruído muito especial, produzido pelo seu roçar ou embate nos calhaus. Na areia daí, torna-se mais um sussurro. Não ligues à diferença. No fundo, está simplesmente a dizer-te que nunca te esqueci. Apesar dos silêncios. Da distância. Do tempo.

(Dá um clic sobre as imagens. O mar ficará mais perto!)




Deixo-vos

o meu

coração!

vou para "as couves"!



As flores e frutos ainda guardam resquícios de chuva, mas parece-me que hoje já poderei voltar ao jardim. Aguardam-me ervas daninhas, que devem estar danadas de contente com a chuvinha que as veio fortalecer. Quase que tenho pena delas. Parecem aqueles condenados a quem se concede o último desejo...

27 junho 2006

chove





Por que fazer chorar as flores?




à média luz


A natureza ofereceu-me este cacto. Guardei-o num vaso, para me ficar mais perto. Os outros, são outras das pragas que se vão espalhando pelo jardim. Também o adornam. Deixo-os crescer. Sinto que é a natureza, entusiasmada com o meu trabalho, a querer demonstrar-me do que é capaz! Deixá-la! Tudo o que faz nascer, cresce melhor!

texturas


Gosto das texturas e cores das pedras. Cada qual com seu próprio cunho. São únicas. Algumas, por influência do homem, que as foi cinzelando a seu jeito. São marcas que ficam, quase que dolorosas. Rasgam-lhes a carne. Deixam arestas agrestes.
Outras, pelo correr do tempo, que lhes foi dando forma, num desgaste suave que lhes arredondou os contornos, as amaciou.
As mãos do homem deixam à vista o âmago da pedra, a sua cor verdadeira, original. Quase que se lhe adivinha a génese, o momento em que a lava se solidificou.
Já a acção do tempo lhes confere aquele dourado, quem sabe se de raios de sol, se de grãozinhos da terra que as acolheu largos anos...

aconchego


No aconchego das pedras, a sementinha aninhou-se, foi sorvendo a água que lhe deu vida e brotou. Não quis nascer quando e onde a semeei, juntamente com tantas outras suas irmãs. Brotou onde e quando quis. Sentiu-se melhor ali. É a única sobrevivente da sementeira. Rego-a, sempre, com especial carinho. Está no meio do caminho, mas que importa?!

roxinha, dá-me flor, dá-me cor!


A minha roxinha está cada vez mais bonita. Cobriu-se de flores de cor mais acentuada. Parece estar a assimilar o tom das cadeiras que pintei em sua homenagem. Assim como que a agradecer-me o gesto e a companhia mais alegre que lhe arranjei.

cristas-de-galo


As "cristas-de-galo" brotaram em força. Ocuparam o espaço. Esconderam os novelos cor-de-rosa, que começavam a florir. A sombra que provocam, no entanto, parece estar a agradar aos novelos, recentemente plantados. Verdejaram. "Pegaram" melhor.
Uma das cristas já se vislumbra. Aguardo o mês de Julho. Lá para meados do mês, acho que já veremos todo o esplendor destas plantas. O local parece ficar em chamas, principalmente quando os raios de sol incidem sobre as suas flores. É um vermelho-fogo, que dá brilho e alegria ao jardim. Como não lhes perdoar serem infestantes?

26 junho 2006

Roseira-trepadeira



Por agora, deixo-vos com as minhas rosas-trepadeiras. Têm sede! Chamam por mim! Que a sua beleza vos alegre o espírito! É para isso que cá estão!

outono/inverno



Que destino terei eu traçado ao outono e inverno?

primavera/verão



Quis dar-lhes forma! Acho que as aprisionei neste recanto. A Primavera já se foi. O Verão parece não querer vir!

reciclagem




Os pedacinhos de telha que ornamentam estes recantos de jardim estavam condenados a ir para o lixo. Eram parte de telhas velhas, já danificadas, que encontrei nas ruínas da casa velha, ao fundo do jardim. Parti-as em bocadinhos. Agora, não só emolduram algumas das plantas, como evitam que nasçam tantas ervas daninhas.

A vinha



Tenho de sulfatar a vinha! Vou ver se consigo fazê-lo hoje. Há anos que me vai dando as suas uvas, sem pedir nada em troca. Confesso: não a tenho tratado. Apesar disso, tem continuado o seu rumo natural. Uma ajudinha pode pô-la mais viçosa. Falta minha!

boca de jarro



Um dos meus "boca de jarro" nasceu hoje. É amarelo. Bem, este parece mesmo "meio-amarelo". Nasceu meio enfezado. É o primeiro. Falta-lhe ainda força. Há-de crescer e fazer-se belo. O outro, o boca de jarro selvagem que tem cor de nem se sabe bem o quê, há-de "ficar amarelo" só de ver o seu vizinho. É para aprender! Onde já se viu jarro verde?

Arabela













Sofro de aracnofobia. Imaginar uma aranha a passear sobre o meu corpo apavora-me. Ando a fazer aracnoterapia, se é que existe! Há perto de um mês, quando regava, dei com esta, no meu jardim. Decidi deixá-la viver. Dei-lhe nome: Arabela. Todos os dias vou seguindo os seus hábitos. Daqui não parece querer sair. Basta-lhe a teia. Aqui se sustenta e goza os prazeres da vida. Deve tê-los bem gozado, pois a vizinhança da teia encheu-se de pequenos filhotes. Não terão a sorte de Arabela. Um dia destes...
Enquanto isso, vou observando o meu temor. Já não me parece tão assustadora. Apetece-me pegá-la nas minhas mãos. Senti-la. Ver se consigo eliminar estes medos. Ainda não foi desta! Aquelas listas amarelas parecem anunciar-me perigo. Será venenosa?
Sempre quero ver quanto tempo é que ela dura. Quanto tempo tem de vida. Até lá, pode ser que me cure!

transformação




Há muito que o passar do tempo ameaçava corroer o vime das cadeiras. A mesa, ali colocada só para lhes fazer companhia e ter algum aproveitamento, nem sonhava o risco que corria. Tinha o destino traçado: lixo com ela! Antes que desaparecesse por artes mágicas, meti mãos à obra. Serrei-lhe os pés e retirei a parte inferior, reduzindo-lhe a altura que a fazia destoar do conjunto das cadeiras. Lixei-a e dei-lhe vida. Assim como que a dizer, "vês com até sou bonitinha", pintei-a com uma cor que sabia que lhe ia agradar.
O esforço resultou. Hoje, temos ali um recanto onde apetece tomar o pequeno-almoço, feitos lordes, ou descansar numa amena cavaqueira. A sombrinha da nespereira e da yucca ajudam a criar o clima.
O recanto ainda não está totalmente como o sonho. Hei-de torná-lo mais aprazível. Aos poucos, lá chegarei.
O que é certo é que este conjunto expressa uma das minhas regras: nesta casa nada se perde. Tudo se cria. Tudo se transforma.

25 junho 2006

caminhos de pedra


Tenho orgulho no meu caminho! Neste, que construí com minhas próprias mãos e no outro, o da vida, que também, de alguma forma, fui talhando a meu gosto. Nem um, nem outro são perfeitos. Nem um, nem outro foram fáceis de percorrer.
A vida ensinou-me, no entanto, que cada passo percorrido, cada pedrinha calcorreada, cada grão de areia que nos ajuda a cimentar a vivência nos vão talhando a forma. Outros caminhos tivesse eu percorrido, não seria o que sou hoje.
Construir este ensinou-me muitas coisas. A paciência. O saber que cada pedra que colocava era mais um passo para concretizar o sonho de chegar ao fim. Neste caso, ao miradouro. Ensinou-me a não ter pressa.
Aprendi, ainda, que tenho mais força e capacidades do que, por vezes, imagino.
Por outro lado, ensinou-me, também, que tal qual na vida, às vezes preciso descansar o peso da jornada nos ombros de alguém. A não carregar tudo sozinha. A prova é que a parte final deste percurso foi feita toda pelo P. É o que eu chamo "a avenida", aquela parte que conduz ao miradouro, a partir das cadeiras azuis.
Muitas destas lajes foram, igualmente, transportadas pelo P. Cada uma pesa cerca de oito quilos. Ele chegou a transportar cinco e seis de cada vez! Do portão ao miradouro vão cerca de 90 metros de comprimento. Tivemos de transportar as lajes desde o local onde o carro fica estacionado. A maior parte delas em braços. Garanto-vos: não foi fácil. Mas, tal qual na vida, percorrêmo-lo juntos. Unidos no mesmo propósito. Eu, sabendo para onde queria ir e o que queria. Ele, ajudando-me a concretizar o sonho.
Tal como no caminho da vida, este fez-me ver os erros cometidos e deu-me tempo para os ir emendando. Mesmo assim, alguns ainda perduram. É o caso das ervas daninhas, que teimam em nascer por entre as pedras. Erro meu, na construção. Não usei o método correcto. Agora pago o meu erro, condenada a ir combatendo essas pragas. Até ao dia em que me decida a exterminá-las de vez ou a levantar todas as pedras mal colocadas e começar tudo de novo.
Os erros, no entanto, dão-me uma satisfação: o de me não saber perfeita. Ao contrário do que alguns imaginam, não o sou. Disse-o tantas vezes a meus filhos, quando eram pequenos. Também cometo erros. Sou humana. Não esperem tanto de mim!
Além disso, não gosto da perfeição. Acho-a anti-natura. É nas pequenas imperfeições de uma pedra que, por vezes, reside toda a sua beleza. É o que a torna única. Assim acontece na vida, na arte, nas pessoas.
O caminho é, também, a expressão da forma como vejo a vida. Um todo belo, composto de pequenos detalhes, alguns deles imperfeitos, é certo, mas sem os quais a vida não seria a mesma!

24 junho 2006

figueira-do-diabo



Quem havia de dizer que a figueira-do-diabo (esta corriola verde que corre ao longo do muro em frente da casa) era um perigo assim tão grande!? (vide comentários do Regador)Que era o diabo para controlar já eu sabia. Venenosa é que não. Aprendi a lidar com ela. Mais ou menos aquela filosofia do "se não os podes vencer, junta-te a eles"... Convivo pacificamente com ela e com as coisas menos agradáveis que a quinta tem. É que, aqui nas fotos, pode parecer tudo muito belo, mas a moeda tem um reverso: isto dá mesmo que fazer. Pois bem, a figueira-do-diabo já existia quando comprei a casa. Corria sobre o corredor de entrada, tapando-o por completo. Já a retirei daí. Retirar é como quem diz. Vou tentando. É preciso andar sempre de olho nela, senão, volta a ocupar o lugar que quer. Aqui, neste muro, aproveito-a como decoração. Só que tenho de andar sempre a podá-la para que não tome conta do muro todo da casa. Agarra-se às paredes. Trepa por ali acima. Corrói a tinta. Tenta entrar pelas janelas. Enfim, o diabo. A minha filosofia é simples: as partes más da vida são isso mesmo: uma parte de um todo que tem de ser vivido. E, assim sendo, o melhor é vivê-la com alegria e aproveitar a parte boa que mesmo as coisas más sempre têm. É como com as pessoas. Não acredito que haja uma única que só tenha coisas más. Não ignorando os seus aspectos negativos, (alguns dos quais tenho dificuldade em entender, como a maldade), tento sempre ver o que tem de melhor. A vida, assim, fica mais linda, mais fácil de viver.

23 junho 2006

Bola de cristal com neve





Não sou mulher de prendas! Até mesmo com flores, prefiro uma apanhada na beira do caminho a um ramo luxuriante de florista. Não é, portanto, fácil agradar-me. Nem sei porquê! Acho que seria tão simples! Mas, enfim, as pessoas gostam de oferecer coisas. Para mim, as "coisas" têm de ter sentido. Pois bem. Meus filhos, talvez cansados de puxar pela imaginação, perguntaram-me, aqui há anos atrás, o que queria para o Natal. Respondi, quase sem pensar: "Quero uma bola de vidro com neve!" Ficaram admirados com o pedido. Quase que lhes vi no rosto a dúvida sobre a minha sanidade mental! Tive de lhes explicar que queria apenas uma coisa que, em criança, sempre me fascinara. Já não me lembro onde a costumava ver, mas penso que em casa de uma prima, que raras vezes minha mãe visitava. Lembro, no entanto, que costumava aproveitar a primeira oportunidade para ir àquela sala onde, em cima de uma mesinha, havia uma bola de vidro, com uma casinha e uns pinheirinhos rodeados de neve. A medo, com receio de a partir, invertia a bola e a neve lá ia caindo, em reflexos brilhantes que me fascinavam. Acho que toda a vida sonhei ter uma daquelas bolas. Os afazeres da vida, o nunca mais as ter encontrado, levaram a que nunca tivesse conseguido realizar aquele sonho. Pois bem! Era Natal e eu queria ter a minha bola. Meus filhos perceberam a urgência do sonho e lá partiram pelo Funchal, vasculhando em todas as lojas. Em vão! O meu sonho não podia ter forma. Passaram uns anos. De repente, talvez quem sabe pela urgência com que as andaram a pedir, as bolas de cristal começaram a aparecer. O P foi o primeiro a encontrá-las. Chegou a casa com ar triunfante! Com duas! Eram de plástico. Nem eram bolas, mas ovaladas. A neve parecia esferovite e caía num instante. Apesar disso, eram o pouco de sonho que conseguia realizar e fiquei feliz. Apregoei o facto: "Consegui concretizar um sonho de criança!" Quem ouviu ficou admirado com a singeleza da ambição, mas o desafio parece ter ficado. Aos poucos, foram aparecendo mais bolas. Ainda me falta a casinha, mas já tenho bolas com presépios, com tartarugas, ursos e pai natal. Amigos, filhos (e até Conceição Estudante) foram completando, aos poucos o meu sonho. O P congregou em duas das bolas, duas das minhas aspirações: a bola e as caixas de música. Hoje tenho uma prateleira de sonhos concretizados. Nem todos o podem dizer! Precisei dos amigos para o conseguir. É a prova de que há sonhos possíveis, se tivermos a ajuda necessária! Aqui deixo, portanto, a minha homenagem a todos os que contribuiram para a minha felicidade.